quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Lágrimas, ainda que virtuais...


Foi tudo assim tão de repente, nos encontramos, nos vimos, nos apaixonamos e nos entregamos. Tudo assim mesmo, virtual!

Que olhos, que sorriso, que cabelo, que corpo, que tudo. Eu, já encantado, me entreguei a ti, de corpo e alma, ainda que virtual.

O tempo passou e o virtual ficou mais real do que nunca, nos encontrávamos, nos dávamos, nos confessávamos... tudo era “nós”, mesmo que virtual!

As horas não passavam, queria te ver e te ter... banda larga, discado, lan house, em casa, queria te ver... corria, adiantava o relógio, faltava compromissos e ficava ali, on line e todo teu. Até que vinhas, minha, somente minha, mesmo que virtual.

Assuntos iam e vinham. Tudo era uma grande desculpa para estarmos ali, nós, inertes, entregues, passivos, cúmplices, quase prostrados a presença do outro, mesmo que virtual.

Mas o tempo, senhor e soberano começou a disseminar seus estragos e nós, frágeis e virtuais não resistimos e vimos, passivamente, sem poder algum de reação, o castelo virtual ceder.. ruir... como o que fosse construído com alicerces na areia. Mesmo que virtual

Sem contar o tempo, creio, o menos culpado, vieram os ventos do Atlântico, promessa e pessoa confusa... veio, sussurrou, sussurrou, sussurrou e quando vi... já não eras minha.... surge uma frieza mórbida, um silencio inerte, uma indiferença doce... mesmo que virtual.

E agora, por aqui, mesmo que virtual, a dor presente... uma saudade tímida, me atordoam... mas prossigo, com um mp3 no ouvido ouvindo “Era uma brincadeira”.


“Mas não tem revolta não

Eu só quero que você se encontre

Ter saudade até que é bom

É melhor que caminhar vazio”

Um comentário:

  1. Oi Wagner, usei esse teu texto em uma de minhas aula de redação hj, muito bom e causou muitas polêmicas entre os alunos. Eles levantaram várias hipóteses para esse "virtual" - rsrsrsrs - e esse vento do Atlântico, o que seria isso de fato?

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