sábado, 8 de dezembro de 2012

CONVERSA COM A MORTE I


Semblante grave, roupa mais escura do que clara...
A personagem se apresentou como a morte...
Sentou na beira de minha cama e disse que não precisaria saber o meu nome, pois não era a minha hora...
Ela disse que veio me visitar, pois apesar de ser a morte, achou interessante minha vida...
Afirmou gostar dos livros que leio, das músicas que ouço e dos filmes que vejo...
Num piscar de olhos sumiu e fiquei com a sensação que ela é a minha maior certeza...

domingo, 28 de outubro de 2012

Nós...

Não sei o porquê...
Mas perdi a habilidade com as palavras depois de adulto...

Não consigo falar, por isso o silêncio
Mas consigo te ouvir, mas também não falaste

Por isso escrevo, mas não espero resposta...
Sobre a vontade de te ver que dói... bem-vinda ao clube

Meu silêncio foi falta de habilidade com as palavras...
Minha fuga foi uma extrema mistura de peso na consciência e fardo metafísico, acho que é a prova de que não sou um menino tão mal, embora tenha tentado...

Nos sentimos péssimos e idiotas quando queremos tanto tocar alguém que está a um abismo de nós...
Sobre ser usada, perdoe-me, sempre se usa uma pessoa que nos inflige uma saudade de anos...

Percebes todas as diferenças... e eu só percebo a mesma e igual vontade nos dois de estarem juntos numa praia onde o banho é proibido...

"Se queres saber, sinto saudade de você sim (eu também de ti...)

mas não faz mais sentido algum continuar com isso (não faz nenhum sentido parar... eu continuarei)

Eu cansei de te agredir (nunca me senti agredido, a não ser pela distância)

e não quero mais me sentir agredida também (sentimento equivocado como a nossa história...)

somos adultos agindo feito crianças há muito tempo (não sei tu, mas eu sim, sou culpado de toda criancice...)

e eu me cansei disso (a única coisa que me cansa é a distância de ti)

Vamos nos respeitar e nos afastar de vez (Como? Se nos afastarmos é o maior desrespeito de todos...)

antes de nos odiarmos (Já nos odiamos por não podermos estar juntos... não tem mais volta... vai ser ódio pra vida toda... rsrsrsrs... te odeio por viveres querendo terminar tudo o que não tivemos e não nos deixar sonhar em termos tudo o que podemos... já te odeio faz tempo... rsrsrsrs...

Se cuida (Sem ti... sou um eterno descuidado...)"

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

INEFÁVEIS

Falaste-me do filho que toca divinamente bem
Falaste-me da filha que canta divinamente bem
Falaste-me dos três juntos: tu, ele e ela

Eu só ouvi
Sorri
Acho que te olhei nos olhos

Não falei nada porque desaprendi
Mas te ouvi

Na curteza de minhas palavras
Eu te perdi perdão
E disse que seria a última vez...

Não sabemos o que exatamente "seria a última vez"

Mentiste e até hoje fiquei sem saber o porquê...
Mas e daí, a mentira é parte inefável de nossa humanidade frágil e curta...

Escrevi esse texto porque tô com saudade
Mas e daí, a saudade é parte inefável de nossa humanidade frágil e curta...

Me arrependi tanto de não ter feito mais depois de tantos anos,
Mas e daí, o arrependimento é parte inefável de nossa humanidade frágil e curta...

Comecei a estrofe anterior com pronome oblíquo e isso não pode
Mas e daí, eu te fiz sofrer e isso também não podia...

terça-feira, 10 de julho de 2012

NOSSOS OLHOS


Estou no Rio de Janeiro e há quem diga que é uma cidade promíscua, dada a festas, profana e potencializadora da ausência de Deus. Há até os que veem, no Rio, a Babilônia brasileira, Sodoma, Gomorra e todos os símbolos do mal que existem por aí.

Confesso que estou cansado desse tipo de gente, cansam-me os de retina diabólica. Ontem, tive o prazer de desfrutar do Pão de Açúcar, daquela vista, daquele vento gelado, daquelas pessoas bonitas e aí me perguntei: - Se todo o mal do mundo me prova que Deus não existe? Todo o bem me prova o quê? 

As infinitas belezas do Rio me provam a todo instante que Deus existe sim! E o mal, em grande parte, não tem nada a ver com Deus ou diabo, mas sim com os homens, pois todo o mal ou bem que fazemos ou recebemos é, antes de tudo, uma escolha nossa. 

Então, por favor, sem rótulos, sem máscaras. As coisas são o que são e "oteus olhos são a luz do teu corpo. Se eles forem bons, todo o teu corpo terá luz; mas se eles forem maus, todo o teu corpo será tenebroso"(Mt. 6:22 e 23). 

E depois? Começaria tudo outra vez...


"(...) mas passou nosso tempo, não podemos negar(...) quero que você viva sem mim(...) depois de aceitarmos os fatos vou trocar seus retratos pelos de outro alguém. Meu bem, vamos ter liberdade para amar à vontade sem trair mais ninguém (...). Ei de ser feliz também depois."

Depois, depois e depois... Marisa Monte foi precisa na escolha desse título, na escrita desta letra, precisão divina. Quantos de nós não vivenciamos vários "depois"? Todos. Uns temem o "depois", mas não tem como nos livrarmos dele, com ele vem a dor, o sofrimento, uma certa solidão. Ou não... depois do "depois" vem a alegria, um sorriso quase esquecido, uma sensação de liberdade há muito não vivenciada.

O fato é que a vida é uma grande sucessão de "depois", mas e aí? O que fazer? O que fazer depois de nossos "depois"? Tenho algo a sugerir: 

"Vida, vamos nós
E não estamos sós
Veja, meu bem 
A orquestra nos espera
Por favor, mais uma vez
Recomeçar" 

Gonzaguinha sugeriu começarmos tudo outra vez e eu, de fato, "começaria tudo outra vez, se preciso fosse, meu amor". 

REPÚBLICA DO SORRISO


Sou professor
Sou afeito a sorrisos
O sorriso dos meus alunos me encanta
Há quem diga que faço sorrir porque não sei ensinar,
mas prefiro crer que porque sei ensinar é que faço sorrir.

Gosto de alunos que sorriem
Adoro responder os sorrisos
Há quem diga que devo ser sério
Mas eu sou, insisto! Eu os ensino a sorrirem com muita seriedade.
Ou não seria sério ensinar a sorrir ou sorrir ao ensinar?

Esse texto é um manifesto do sorriso
Por uma educação dos sorrisos

O tempo levou minha infância e me obrigou a ser adulto
Mas nunca me levará o sorriso
Nem na hora da morte

Até por que sei que depois dela é que o sorriso será, de fato, uma constante!

terça-feira, 5 de junho de 2012

O insofismável encontro


Hoje, de 11:30 às 15:00 estive na companhia da imaginação, lado a lado com o paraíso
Conversei com o humano-divino
Ela é alta, sorriso fácil e olhar não humano...
Eu a ouvi, desfrutei de sorrisos e falei algumas coisas recheadas da insignificância dos mortais
Ela, com educação de quase deusa, ouviu-me
Pensei coisas sujas, tipo “me dá um beijo”, ela na onisciência de quase deusa, leu meus pensamentos e fingiu não entender... até por que não deve ter entendido mesmo, afinal... são dimensões muito diferentes...
Não fiz altar
Não louvei
Mas me deu vontade de ser ateu e tê-la só pra mim...
Contanto ficou tudo assim... paraíso é paraíso, imaginação é imaginação, deusas são deusas e humanos são humanos... pra mim fica o texto e a sensação de acompanhar o divino na terra por algumas horas, pra ela... pra ela... não sei, deve ter sido mais uma experiência com a raça humana.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Poema suicida

Vontade de morrer...
Não eu
A vida, existem vidas que têm vontade de morrer
Elas se matam
vulgo suicídio
Isso causa em mim uma série de interrogações e exclamações...
Por quê?
Matou-se!?
Foi-se? Pronde?
últimos instantes... terror, ou o sorriso dos da 2ª geração...
Penso que haveria outra solução, que não a fuga, que não a ausência

Adiantamos o 13º, as férias, mas a morte... a morte?! 

E a vida, como fica?
A vida já é tão difícil de ser vivida a ainda vou querer morrê-la


Entre a dificuldade de viver e a incerteza de morrer, prefiro a primeira...
Aos suicidas, fica o meu misto de respeito, pena e incompreensão...