domingo, 11 de agosto de 2019

Na tua ausência 
Só existe falta...

Caeiro Contemporâneo

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Eu entendo...


Entendo seu não...
Entendo sua recusa...
Entendo seu medo...
Entendo a distância...
Entendo a frieza...
Entendo as infinitas ponderações...
Entendo todas as ressalvas...
Entendo sua fuga...
Entendo tudo...
Só não entendo porque comigo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Retirada


Não queria cantar a ninguém a música que fiz pra ti...
Mas enfim... 

você tapou os ouvidos 
e saiu do meu show...

Poema da espera


Espero ansioso o dia em que me chamarás
Pegarei minha roupa com cheiro de guardada
E a colocarei para ver-te
Mas quando me chamar, por favor
Não me chame pra ser seu amigo

Improvável Amor


Não gosto de amores simples
Quero o teu amor
Aquele amor confuso
Aquele amor "não posso"
Aquele amor incerto
Aquele amor briguento
Aquele que me oferece o doce sofrimento de (nunca) ter você... (Juwag)

Poesia da incompreensão


Sei sua bebida preferida
Sei seus horários
Sei seus amores
Sei suas dificuldades
Sei seus estudos
Sei suas dores
Sei suas lutas
Sei seu passado
Sei seu presente
Sei de onde vieste
Sei onde estás
Sei pra onde vais
Sei quem é seu amor pra vida inteira
Sei o que pensas de Deus
Sei de tua família
Só não sei porque não ficas comigo
Nem que fosse pra sempre... eu aceitaria, boba...

Poesia do quase ódio


Eu juro que juntei
Juntei todos os teus defeitos
Juntei tudo o que me irrita em ti
Juntei todas as tuas mancadas
Juntei os furos todos
Juntei todas as desculpas esfarrapadas
Juntei toda a minha desconfiança
Juntei toda sua frieza
Juntei todas as tuas mentiras
Tudo isso pra te odiar
E te odiei demais
Eu te odiei com toda a força do meu coração...
Tanto ódio
Tanto ódio
Que durou cerca de 30 segundos
E agora só sobrou todo aquele amor
Que nunca vai embora...

Poesia da desistência


De tanto insistires
A cada dia desisto mais um pouco de nós
Não te ver tanto...
Não te ouvir tanto...
Não te ter tanto...

Poesia da Triste Verdade


Nunca mais vou esquecer
Seu rosto quando você me viu
Que expressão triste
Que decepção
Meu Deus! Ele de novo não!
A sua expressão tão clara
Tão explícita
Confesso que fiquei atônito
Sem chão
Fiz um exercício de memória
E de fato não lembro de seus olhos brilharem nunca ao me verem
Mas louco que sou prossegui em sua direção
E ensaiei um abraço
Você imóvel
Estátua
Estática
Predialmente parada
Meus braços abraçaram o seu corpo
Seus braços imóveis e colados ao seu corpo
Eu me senti uma cerca
Uma prisão
E quem sabe eu tenha sido isso mesmo
Uma cerca
Uma prisão
Vieram algumas palavras bobas...
Aquela sensação horrível "do que eu tô fazendo aqui?"
E no coração uma certeza singular
De que eu deveria partir
Sem olhar pra trás
E assim eu fiz...
Parti
Com uma raiva tola
Uma tristeza amiga
Minha razão zombando-me
E a insigne decepção
De todos os fins

Poesia Simples


Na tua ausência

Só existe falta

Poesia Utópica


Novamente

Tê-la, ter-te, com todos os oblíquos

Beijá-la

Você de verdade

Como nunca antes...

domingo, 19 de julho de 2015

O que és?

És a palavra que nunca encontro no dicionário...
És vernáculo sem explicação..
Não és de fato um termo que conheça na minha oração...
És a palavra sem ortografia dentro de mim...
És a redação que nunca conseguirei escrever...
És aquela minha aula que nunca entendo...
És meu livro sem capa, sem capítulos e quase sem história...
És a menina de branco que me prometeu levar ao baile e nunca veio...

Amando-a

Acredito, e não sei o porquê, que continuarei amando-a
Viverei ao máximo teu amor ausente...
Eu viverei teu amor afoito...
Viverei teu amor problema...
Eu viverei teu amor frio...
Viverei teu amor sem mim...
Eu viverei teu amor sem música...
Viverei teu amor com livros...
Eu viverei teu amor materno sem ser filho...
Viverei teu amor conjugal sem ser esposo...
Eu viverei teu amor sem tempo...
Viverei meu sonho... minha loucura de pensar que eu viverei teu amor sem amar-me...
Eu viverei meu amor por ti, sempre assim distante, mas sempre meu...

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

INSISTÊNCIA...


Insistes em não te afastar...
Insistes no último laço...
Insistes na leitura da última linha...
Insistes no pedido do último verso...
Insistes em estar...
Insistes na não ausência...
Insistes na ausência mais presente...
Insistes na presença nunca ausente...
Insistes em dizer não ao não...
Insistes em dizer sim ao sim mesmo tendo que dizer não...
Insistes em, apesar de ausente presente, quere-me...
Insistes...
Insistes...
E eu insisto em escrever-te..
Insisto em te querer sempre assim... insistindo...
Não desista de insistir...
que prometo parar de insistir de te esquecer...

terça-feira, 17 de junho de 2014

PREFIRO A ESCURIDÃO À CLARIDADE

Bom é estar no escuro, trevas total
Nada de maligno, nada de diabos e coisas do além...
A escuridão é boa porque não é clara...
Não tem a pretensa pretensão da claridade... sempre bonitinha, perfeita...

Estar em trevas nos deixa ansiosos, atentos, em alerta, espertos...
Nos oferece o medo positivo...
Nos faz pensar com pressa...
Nos faz estar em posição de combate...
Criamos olhos atrás... criamos olhos no lado... e os da frente nunca fecham...

Nas trevas há criatividade de sobreviver...
Nas trevas há criatividade de escrever coisas tristes... tudo sem "era uma vez"
Não há como falar da dor na claridade... dor é de verdade nas trevas...
Na luz não há crescimento... há estagnação... ficamos inertes olhando o nada... admirando a beleza clara e sem graça...

Nas trevas, na escuridão estão sempre em busca... estamos sempre procurando... na escuridão não existe imobilidade...
Na escuridão surgiu a poesia romântica...
Das grandes guerras surgiu o melhor filme... surgiu a melhor música... não foi da claridade...
Daí eu preferir a escuridão à claridade...

domingo, 1 de junho de 2014

TUDO AQUILO QUE NÃO ESCREVI... OU ESCREVI...


Queria ter escrito os versos: "E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza, e deixemos de coisa, cuidemos da vida, pois se não chega a morte ou coisa parecida e nos arrasta moço sem ter visto a vida"

Queria ter escrito que "Há tempos o encanto está ausente e há ferrugem nos sorrisos, e só o acaso estende os braços
a quem procura abrigo e proteção"

Queria ter escrito que "Quero não ferir meu semelhante, nem por isso quero me ferir."

Queria ter escrito que "o mundo da linguagem sem o mundo prática é um mundo vazio".

Queria ter escrito "Como encontrar
a chave desse teu riso sério?".

Queria ter escrito que "Todo mundo queria
Não ser assim tão só
Ter alguém ao seu lado
Seria bem melhor
Pra poder seguir"

Queria ter escrito "Como pode ser, gostar de alguém
e esse tal alguém não ser seu".

Queria ter escrito que "Sábios em vão
tentarão decifrar 
o eco de antigas palavras
fragmentos de cartas, poemas
mentiras, retratos
vestígios de estranha civilização."

Queria ter escrito "Pra ser sincero, meu remédio é te amar, te amar
não pense, por favor
que eu não sei dizer
que é amor tudo o que eu sinto longe de você."

Queria ter escrito "Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz."


Queria ter escrito que "Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia".

Queria ter escrito que "E um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval".

Queria ter a ousadia do Chico em Chamar Deus para ver o Carnaval: "Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma
cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear".


Mas não sem antes lembrá-lo que "Seus filhos
Erravam cegos pelo
continente
Levavam pedras feito
penitentes
Erguendo estranhas
catedrais" e que por isso "um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval".

Queria ter escrito que "Voltávamos a ser então o tal casal,
apaixonado, apaixonado". 

Queria ter escrito que "Gostei de ser de quem me gosta".

Queria ter escrito que "Eu sei que o amor é bom demais, 
Mas dói demais sentir (ou sem ti)."

Queria ter escrito que "ou eu encanto a vida
ou desencanto a morte..."

Eu queria ter escrito "que eu apenas queria que você soubesse que aquela alegria ainda está comigo e que a minha ternura não ficou na estrada, não ficou no tempo presa na poeira". 

Pronto! Mais um belo texto de minha autoria publicado! Não te atrevas a dizer que é cópia, pois Fernando Pessoa me autoriza o fingimento poético e agora finjo que todos os versos acima são meus... tá tudo lá na portaria "Psicografia" de Fernando Pessoa.