terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A PSICANÁLISE TEM RAZÃO

Um cristão mais desavisado pode, no ápice de sua religiosidade, torcer a cara para ciências como a psicanálise, partindo de pressupostos equivocados, como: esses caras são ateus, o pai da psicanálise, o tal do Freud, era ateu e por isso queria destruir toda experiência religiosa que nos cerca, ciência e fé não podem andar juntas e por aí vão as aberrações em nome da fé.

Todos sabemos das dificuldades inerentes a esta caminhada da fé com as ciências, mas o fato é que, em alguns casos, não poucos, as ciências têm nos mostrado como uma fé embasada em Jesus, na Bíblia, na ética e no compromisso com o outro e consigo mesmo fazem toda a diferença entre uma existência humana degradante e uma existência humana profícua.

É com base em grandes pensadores e pesquisadores da psicanálise que vou aqui mostrar a neurose social causada pela ausência de referências firmes e éticas que a fé nos possibilita, para além de uma vida sem Deus, sem paz e sem salvação.

Grandes psicanalistas como Erik Erikson e Rollo May afirmam que muito dos problemas de nossa sociedade, muitas de nossas mazelas, muito da desorientação da sociedade moderna, a falta de norma e de significado, são neuroses de nosso tempo que têm suas origens na diminuição da religiosidade.

Carl Jung, por exemplo, contradiz Freud explicitamente, ao declarar que a falta de religião, de uma religião viva, constitui a causa de numerosas neuroses, enquanto Freud asseverava que a religião propiciava as pessoas uma neurose obsessiva universal. Aqui é interessante observarmos que não é nenhum teólogo pietista que contradiz Freud, mas sim um psicanalista de renome mundial.

Na época de Freud, a repressão da sexualidade e o sentimento de culpa, eram causas fundamentais das neuroses de seu tempo, mas Küng, teórico renomado do tema e não cristão, afirma que hoje – nossas neuroses tem origem na falta de orientação, de norma, de significado, de sentido, o vazio, e, portanto a repressão da moralidade e da religiosidade.

Um comentário:

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