terça-feira, 10 de julho de 2012

NOSSOS OLHOS


Estou no Rio de Janeiro e há quem diga que é uma cidade promíscua, dada a festas, profana e potencializadora da ausência de Deus. Há até os que veem, no Rio, a Babilônia brasileira, Sodoma, Gomorra e todos os símbolos do mal que existem por aí.

Confesso que estou cansado desse tipo de gente, cansam-me os de retina diabólica. Ontem, tive o prazer de desfrutar do Pão de Açúcar, daquela vista, daquele vento gelado, daquelas pessoas bonitas e aí me perguntei: - Se todo o mal do mundo me prova que Deus não existe? Todo o bem me prova o quê? 

As infinitas belezas do Rio me provam a todo instante que Deus existe sim! E o mal, em grande parte, não tem nada a ver com Deus ou diabo, mas sim com os homens, pois todo o mal ou bem que fazemos ou recebemos é, antes de tudo, uma escolha nossa. 

Então, por favor, sem rótulos, sem máscaras. As coisas são o que são e "oteus olhos são a luz do teu corpo. Se eles forem bons, todo o teu corpo terá luz; mas se eles forem maus, todo o teu corpo será tenebroso"(Mt. 6:22 e 23). 

E depois? Começaria tudo outra vez...


"(...) mas passou nosso tempo, não podemos negar(...) quero que você viva sem mim(...) depois de aceitarmos os fatos vou trocar seus retratos pelos de outro alguém. Meu bem, vamos ter liberdade para amar à vontade sem trair mais ninguém (...). Ei de ser feliz também depois."

Depois, depois e depois... Marisa Monte foi precisa na escolha desse título, na escrita desta letra, precisão divina. Quantos de nós não vivenciamos vários "depois"? Todos. Uns temem o "depois", mas não tem como nos livrarmos dele, com ele vem a dor, o sofrimento, uma certa solidão. Ou não... depois do "depois" vem a alegria, um sorriso quase esquecido, uma sensação de liberdade há muito não vivenciada.

O fato é que a vida é uma grande sucessão de "depois", mas e aí? O que fazer? O que fazer depois de nossos "depois"? Tenho algo a sugerir: 

"Vida, vamos nós
E não estamos sós
Veja, meu bem 
A orquestra nos espera
Por favor, mais uma vez
Recomeçar" 

Gonzaguinha sugeriu começarmos tudo outra vez e eu, de fato, "começaria tudo outra vez, se preciso fosse, meu amor". 

REPÚBLICA DO SORRISO


Sou professor
Sou afeito a sorrisos
O sorriso dos meus alunos me encanta
Há quem diga que faço sorrir porque não sei ensinar,
mas prefiro crer que porque sei ensinar é que faço sorrir.

Gosto de alunos que sorriem
Adoro responder os sorrisos
Há quem diga que devo ser sério
Mas eu sou, insisto! Eu os ensino a sorrirem com muita seriedade.
Ou não seria sério ensinar a sorrir ou sorrir ao ensinar?

Esse texto é um manifesto do sorriso
Por uma educação dos sorrisos

O tempo levou minha infância e me obrigou a ser adulto
Mas nunca me levará o sorriso
Nem na hora da morte

Até por que sei que depois dela é que o sorriso será, de fato, uma constante!