segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

DEUS MORREU? NÃO, RESSUSCITOU!

A estranheza da pergunta condiz com a estranheza de seu formulador. Nietzsche, filósofo alemão do século XIV, que nasceu numa família marcada pela experiência religiosa, tendo inclusive o pai e avô pastores protestantes, mais especificamente luteranos. Mas como essa história de que filho de peixe, peixinho é não é absoluta, Nietzsche enveredou para o ateísmo.

Suas obras ganharam notoriedade no mundo inteiro. A mais conhecida é Assim falava Zaratustra e a mais polêmica, sem dúvida, é A gaia ciência. A última nos interessa mais de perto, porque foi nela que Nietzsche demonstrou de forma mais intensa a sua mágoa com os cristãos. Nesse livro Nietzsche relata-nos a parábola do louco que trazia uma lanterna acesa em plena luz do dia e gritava pelas ruas: - Procuro Deus! Procuro Deus! Todos zombavam dele. Num dado momento, o louco olha com severidade aqueles homens na praça e sentencia: - Deus está morto, matamo-lo... vocês e eu! Somos nós, nós todos, que somos seus assassinos!. Depois de dar esta notícia, Nietzsche completou: O túmulo de Deus é a igreja!.

Estive pensando sobre a morte de Deus, estive pensando nela enquanto metáfora. Será que realmente não matamos Deus com tanta hipocrisia? Será que realmente não matamos Deus com tanta mentira? Será que não matamos Deus com tanta desobediência? Será que não matamos Deus com nossa Ética débil e descompromissada? Será que não matamos Deus com nosso cristianismo omisso e alienado? São questões a pensarmos.

Nietzsche não conseguia ver Deus, vivo, porque em seu tempo os padrões humanos estavam tão baixos e sem propósitos que a conduta natural levava a esta conclusão: estamos vivendo a vida como se Deus não existisse. Seria diferente hoje? Que igreja e geração de jovens cristão-evangélicos somos nós? Nossa vida mostra um Deus vivo ou um Deus morto?

Lucas relata-nos em At 11:26 que em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Sabe por que? Porque os discípulos pareciam com o Cristo Filho do Deus Vivo, vestiam-se como o Cristo, falavam como o Cristo, ensinavam como o Cristo e acima de tudo, viviam como Cristo.

A grande tacada para nossa geração é nos parecermos com Cristo e estar sempre preparado a dizer ao louco da história de Nietzsche que: Ele não está mais aqui. Ressuscitou – Mateus 28:6.

UMA MESA DA COMUNHÃO É POSSÍVEL

Esta semana estive lendo Rubem Amorese, mais precisamente o livro “Icabode – da mente de Cristo à consciência moderna”. Nesse livro ela faz uma análise profunda sobre como a consciência cristã tem sido abalada pelas influências da pós-modernidade (caso o termo seja possível). Em determinado momento do livro ele começa a falar sobre a configuração e construção da noção de comunidade na pós-modernidade.

Ele faz todo um passeio pela questão fazendo-nos notar que os nossos relacionamentos hoje passam por três grandes pilares, que para o autor constitui-se como o tripé da modernidade: a PLURALIZAÇÃO, PRIVATIZAÇÃO e SECULARIZAÇÃO. O presente ensaio não me permite um aprofundamento dos termos, até porque já denominei o meu escrito de ensaio e este gênero textual, de caráter curto, não me permite mais delongas.

Basicamente, pluralização diz respeito à “uma possibilidade de escolha muito intensa”, sei que pluralidade de escolha sempre existiu, mas o autor aponta que hoje as opções são tão intensas que nos criou uma “consciência de eleição”: um processo inconsciente pelo qual entendemos que sempre podemos escolher, eleger, manifestar preferência, como se passássemos a viver numa sociedade-supermecado, repleta de variedades. Opção é a palavra chave. Essa consciência de eleição é tão forte no homem moderno, que ele se torna revoltado com a simples falta de alternativas. Com isso a modernidade passa a se opor de forma veemente aos absolutos, as afirmações categóricas, aos axiomas e coisas parecidas. Agora tudo é muito relativo e isso cria o segundo pé do tripé da pós-modernidade, a PRIVATIZAÇÃO. Nesta o que vale é o “ego”, personificado no famoso “dá licença”. Quem nunca se deparou com alguém que, na impossibilidade de defender seu posicionamento diz-nos: “- dá licença!”.

Geralmente esses são os que se colocam contra a moral e a ética: “- sou a favor do casamento gay, aborto e adultério, dá licença!”. Geralmente, essas pessoas têm a tal da privacidade, mas a essas falta a intimidade. E pra fechar o tripé defendido por Amorese, ele nos fala sobre a SECULARIZAÇÃO, que é a capacidade que temos de viver como se fossemos deste mundo, ou seja, somos moldados como cidadãos do mundo e conseqüentemente começamos a introjetar em nossas personalidades características bem mundanas, como a diversidade amorosa, honestidade débil, ética comprometida e por aí a fora...

Mas o autor nos mostra uma outra possibilidade possível, uma possibilidade na qual nos vejo enquanto célula de jovens cristãos que querem a todo custo agradar a Deus e alcançar outras pessoas com a salvação de Jesus, é a possibilidade do tripé da comunhão: CONSTÂNCIA, PERMANÊNCIA E FIDELIDADE.

Esse é o tripé que fundamenta e possibilita uma questão vital para a nossa Sobrevivência Espiritual, é o aprofundamento de nossos relacionamentos. Nós precisamos, pessoal, precisamos aprofundar os nossos relacionamentos, precisamos estar juntos a mesa da comunhão. Essa metáfora da mesa me parece um tanto quanto pertinente, pois foi a mesa que Jesus esteve com as pessoas em comunhão, leia Lucas 15, Jesus recebia em sua casa e mesa os mais vis e deprimentes publicanos e pecadores.

Desde Lucas 13 existe uma certa preocupação dos fariseus com relação a essa questão do banquete messiânico. Há, nitidamente, uma idéia de identificação, de estar à vontade, de comprometimento, de cumplicidade no rito de estar à mesa. É do comer junto que vem a expressão “companheiro” – ‘cum panis’, aquele que come pão junto.

Então, pessoal, comamos pães juntos o máximo de vezes possível, pois somente assim venceremos os tentáculos da pós-modernidade e seremos mais constantes, fiéis e permanentes em nossos relacionamentos com DEUS e com o próximo.

CARTA ABERTA AOS QUE ESPERAM O CÉU...

Havia um homem super querido por seus colegas de profissão, era médico, muito famoso, professor em uma das maiores faculdades de medicina dos E.U.A., ganhou o respeito e a admiração tanto de profissionais como de seus pacientes.

Esse médico alcançou o máximo do sucesso na sua profissão, desfrutava de status e benefícios financeiros à altura de suas realizações. Ele havia provado de todas as coisas boas da vida, pelo menos nos padrões do mundo. Mas esse homem morreu, é, morreu mesmo, puf! Já era!

Na reunião póstuma dos professores da faculdade onde ele dava aulas foi feito uma homenagem de cinco minutos com a leitura de algo muito bonito sobre sua vida e depois disso fizeram um minuto de silêncio, depois tudo acabou.

Pergunto a Deus!? Senhor, isso é tudo? Nos afligimos e trabalhamos para alcançar um lugar na vida, para impressionar nossos companheiros com nossa competência, levamos tudo tão a sério, valorizando em excesso os insignificantes momentos e eventos de cada dia que se passa. Para então tudo terminar em cinco minutos e mais sessenta segundos!?

Todos aqueles grandes intelectuais e médicos ficaram a se perguntar: para onde ele foi? Ele viverá de novo? Encontraremos com ele no outro lado? Existe outro lado? Por que ele nasceu? Todos os seus atos foram registrados por um Deus de amor? Esse Deus se importa comigo? Existe um propósito na vida além de teses, pesquisas e automóveis caros? A resposta silenciosa daquelas pessoas cultas naquela reunião póstuma simbolizava a incapacidade humana de lidar com essas questões.

Vida: É Só Isso?!

Milhões de pessoas hoje em dia reconhecem que não entendem o sentido da vida. Sociólogos nos afirmam que uma busca desesperada de verdade espiritual está varrendo toda nossa cultura ocidental. A geração pós-guerra tem procurado algo em que acreditar por quase três décadas. Nos anos setenta, eles estavam envolvidos em uma busca que veio a ser conhecida como a descoberta da pessoa. Isso motivou alguns deles a participarem de reuniões de psicoterapia de grupo onde todos ficavam nus, de meditação transcendental, de buscar reencarnação e outros tipos de misticismo oriental, percepção extrasensorial, astrologia, psicanálise, massagens terapêuticas, teologias radicais, e de seminários de valorização do ego.

A busca dessas pessoas fracassou miseravelmente. Na verdade, muitas delas saíram desses programas ainda mais confusas e frustradas do que antes. Mas aqui está, por que?

O fato é que, até que consigamos nos acertar com o Senhor, nada fará muito sentido!!!!!!!!!!

Os seres humanos são como cebolas. Quando você retira todas as camadas, umas por uma, não sobra muita o que se descobrir. Você nunca achara significado real entre seus interesses, sentimentos ou aspirações egoístas. As respostas não se encontram dentro de você. De fato, quanto mais você procurar em si mesmo, mais vazio se sentira’.

A brevidade da Vida

Pode ser muito proveitoso fazer um exercício mental que eu chamo de teste-do-fim-da-vida. Imagine a si mesmo muitos anos no futuro, quando seu tempo na terra estiver chegando ao fim. Isto pode parecer mórbido para você nessa terna idade, mas a brevidade da vida é um dos mais importantes conceitos bíblicos. O salmista Davi falou de nossas vidas como flores do campo que florescem ao amanhecer e à tarde logo murcham (Sl 103:15, 16). Moisés expressou a mesma idéia no Salmo 90 quando escreveu: Ensina-nos a contar nossos dias (v.12). O que os escritores bíblicos estão nos contando é que estamos apenas passando por aqui. Ou, na melhor das hipóteses, somos apenas inquilinos temporários neste planeta.

Dada esta percepção da brevidade da vida, eu te convido, caro leitor, a imaginar-se como uma pessoa bem idosa recordando-se as muitas décadas que ficaram para trás. Pense nos melhores momentos de sua vida e nas lembranças mais preciosas dos últimos setenta ou oitenta anos. Que tipos de recordações serão mais preciosas para você nessa hora final?

Comece a pensar sobre o que realmente é importante para você. Encontrar-se com a morte faz com que as nossas prioridades sejam reordenadas. Tudo o que é supérfluo e insignificante fica para trás e os verdadeiros valores começam a brilhar como ouro polido.

Pergunte a si mesmo o que importara quando tudo estiver no fim. Serão negócios que você produziu e fomentou? Serão as placas que estão penduradas na parede? Serão os diplomas que você recebeu de prestigiosas universidades? Será a fortuna que você acumulou? Serão os discursos que você fez? As pinturas que produziu? As canções que gravou? Serão os livros que você escreveu ou os cargos para os quais foi eleito? Será o poder ou influencia que você exerceu? Ou será uma homenagem póstuma de cinco minutos e 1 minuto de silêncio? Duvido!!!

Tenho certeza de que sua prioridade maior será buscada em outra fonte. Quando tudo estiver dito e feito, e os livros da sua vida estiverem sendo fechados, eu acredito que seus tesouros irão encontrar-se muito mais próximo de sua casa. Suas lembranças mais preciosas focalizarão aqueles que você ama, aqueles que amam você de verdade, e o que vocês fizeram juntos para DEUS.

Um pai chegou ao seu filho e disse:

- Meu filho, quero que você entenda uma coisa, todos temos que encarar a morte mais cedo ou mais tarde, de um jeito ou de outro. Esta é a tal condição humana. Ela vem mais cedo para uns e mais tarde para outros, mas ninguém escapará no final. E, é claro, isto também irá acontecer com você e comigo. Assim, sem ser mórbido sobre isto, quero que você comece a se preparar para essa hora.

- Minha morte pode chegar daqui a 10 ou 15 anos, ou como pode ser daqui a 10 minutos. Mas quando esse tempo chegar, existe um pensamento que eu queria que você guardasse com você. Eu não sei se terei oportunidade de dizer a você minhas últimas palavras, então, deixe-me expressá-las imediatamente. Cristalize esta imagem neste momento em seu pensamento e guarde-o para o resto de sua vida. Minha mensagem para você é ESTEJA LÁ! Esteja lá para encontrar a sua mãe e eu no paraíso. Estaremos procurando por você no amanhecer da ressurreição. Não impeça que nada o impeça de cumprir com esse encontro marcado.

Pode ser que se passe muitos anos entre a minha morte e a sua, mas sempre se lembre de ESTAR LÁ, pois pode ter certeza que estarei procurando você nos portões do paraíso. Esta é a única coisa de real significado em sua vida. Eu me preocupo com o que você realizará nos anos porvir, e espero que faça bom uso do grande potencial que o SENHOR te deu, mas acima de qualquer outro propósito e alvo, a única coisa que realmente importa é que você determine em seu coração agora mesmo ESTAR LÁ.

Esta mensagem é de grande valia para todos. É também o coração e a alma do que eu tentei expressar com este artigo leitor. ESTAR LÁ. Este deve ser nosso o objetivo máximo na vida. Dentro dessas duas palavras estão as respostas para todas as perguntas que fizemos.

Jesus Cristo é a fonte, a única fonte, de significado na vida. Ele proporciona a única explicação satisfatória do porquê estarmos aqui e para onde estamos indo. Por causa dessa boa nova a última batida do coração para o cristão não é a conclusão misteriosa de uma existência sem sentido. É, na verdade, o grande começo de uma vida que nunca Terá fim.

Obrigado por ler junto comigo leitor. Eu espero encontrar você algum dia. Se nossos caminhos não se cruzarem do lado de cá, eu procurarei por você na cidade terna, MAS PARA ISSO É PRECISO FAZERES TUDO PARA ESTAR LÁ .

CUSTE O QUE CUSTAR, ESTEJA LÁ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A UNIVERSIDADE E EU...

A universidade esperava-me com as suas matérias árduas; estudei-as muito

mediocremente, e nem por isso perdi o grau de bacharel(...)

Brás Cubas


Não sei se amei esta obra, mas amei esse período composto exposto acima. Como estudante de Letras tive de ler Memórias Póstumas de Brás Cubas e nesta leitura paralisei-me no seu capítulo XX, capítulo com o seguinte título: Bacharelo-me.

Sei que como estudante de Letras, apaixonado pela prática docente e coisas da educação, o ideal para mim seria licenciando-me, mas independente dessas falácias entorno de nomenclaturas, Brás Cubas coaduna com a minha impressão da universidade: um lugar de opressão!

A universidade é antipática, formalista, dona da verdade, e o pior de tudo, acha que pode nos conceder um excelente futuro! A universidade entende muito de formalidades acadêmicas e cerimônias de formatura, mas a universidade sabe muito pouca da vida, a universidade não nos ensina afetividade, a universidade não nos ensina cooperação, a universidade não nos ensina a como nos livrarmos desse capitalismo selvagem que coloca as pessoas numa arena pela busca da sobrevivência, pelo espaço numa empresa x ou num colégio y. A universidade tem se prestado a fomentar a disputa, a intriga, o jogo da conquista pela entrada no tal do ‘mercado de trabalho’.

Tudo isso me fez sonhar com a universidade ideal, que de tão ideal agradaria até o nosso exigente Brás Cubas, compartilhem comigo da universidade ideal: Era uma vez um lugar em que as pessoas se reuniam para construir conhecimento. Lá não haviam disputas por bolsas de pesquisas, pois somente os que precisam realmente desse dinheiro pesquisavam com o mesmo, mas a maioria das pessoas pesquisavam por amor ao conhecimento e compromisso com o seu meio social. Nesse lugar seria banida a figura do professor, aquele professor de profissão como nos denuncia Rubem Alves, e surgiria a figura, quase extinta, do educador, não mais por profissão, mas agora por vocação. No inicio de semestre todos começavam já com 100 pontos e não mais com 0 como essa figura extinta do professor adorava ressaltar, e no final as pessoas terminariam com a nota que mereciam e não com a que o professor lhes achava mais (in)justa. Nada de rigor com prazos, cada ser humano tem o seu prazo, esse prazo é determinado pelo que constrói o conhecimento e não por aquele que o espera pronto com uma caneta, geralmente vermelha, na mão. Esse espaço seria público e gratuito, e só quem tivesse consciência moral, ética e social contribuiria com o valor que pudesse.

Ainda me faltaria tempo a falar da biblioteca, da ausência das figuras irrelevantes como reitor(a), pró-reitor(a), coordenador(a), essas figuras que nunca vemos durante a tal da graduação, tão (des)valorizada em nosso tempo, faltar-me-ia tempo a falar de muitas coisas, mas creio que do básico já falei: A universidade precisa se utopizar, precisar ver humanos para além das figuras do aluno e professor. Porque senão haveremos de escutar por muitos e muitos anos uma das impressões mais brilhante de Brás Cubas: A Universidade me atestou, em pergaminho, uma ciência que eu estava longe de trazer arraigada no cérebro, confesso que me achei de algum modo logrado, ainda que orgulhoso.